Árvore de Estratégia e Tática: a partitura perfeita para uma execução bem orquestrada

Posted By Eduardo Moura in Blog | 0 comments


Árvore de Estratégia e Tática: a partitura perfeita para uma execução bem orquestrada


Eduardo-Moura1Implementar um plano estratégico não deveria ser muito diferente de uma orquestra executando uma sinfonia em diversos movimentos, com várias dezenas de integrantes. É claro que o resultado não será bom se faltar o virtuosismo de músicos competentes e a regência inspirada de um bom maestro. Mas gostaria de falar aqui sobre uma peça simplesmente fundamental para a boa execução: a partitura. Retire a partitura da frente dos artistas, e por maior competência individual que haja, o conjunto de notas fatalmente irá dissonar aqui e ali, com resultado pífio. A “partitura” empresarial clássica tem sido o plano estratégico, cuja forma prática, na maioria dos casos, é intrincada rede de atividades das diferentes iniciativas envolvidas. Quando bem feito, esse projeto estratégico global provê orientação quanto à sequência cronológica e interdependência entre as tarefas, mas padece de algumas deficiências crônicas:

  • a definição tanto das estratégias quanto das táticas correspondentes é via de regra estabelecida sem um foco central claro e sem muito rigor lógico, indo mais pelo impulso gerado no momento do planejamento;
  • às pessoas envolvidas na execução, mas que não participaram da elaboração do plano, normalmente lhes vem apenas a informação do quê fazer num dado prazo, faltando-lhes uma aclaração precisa sobre o porquê de cada tarefa;
  • em geral, falta um sentido claro de prioridade de execução entre os diferentes projetos estratégicos (tudo é visto como sendo de igual importância), o que leva as pessoas a realizarem “multitasking”, com a devastadora ineficiência inerente a esse modo de operação;
  • e num ambiente onde os recursos humanos são compartilhados, onde a variabilidade é inerente na execução das tarefas e onde Murphy ataca implacavelmente, o plano rapidamente se torna obsoleto, o que, somado à típica falta de revisões frequentes, deixa no ar um inquietante clima de desorientação.

    diagrama

    Árvore de Estratégia e Tática: a partitura perfeita para uma execução bem orquestrada

Diante desse quadro de falta de foco na elaboração do plano e falta de priorização e disciplina na execução, não deveria causar surpresa que a grande maioria das estratégias empresariais fracassam, conforme mencionamos no artigo anterior. Mas agora vem a boa notícia: a AET, Árvore de Estratégia e Tática (“S&T Tree”) é a partitura que faltava! Criada por Eli Goldratt para implementar projetos de Visão Viável, a AET é na verdade uma ferramenta altamente eficaz para qualquer situação de planejamento complexo, como é o caso da estratégia empresarial. A AET vem coroar o conjunto de ferramentas analíticas do “Thinking Process” (TP), o processo de raciocínio lógico da Teoria das Restrições. Goldratt considera que a AET é “de longe, a mais poderosa ferramenta do TP”. Ela não substitui as demais árvores lógicas do TP, mas supre uma  lacuna importante no que tange a fase de execução do plano. Mas antes de apresentar brevemente a estrutura e virtudes da AET que justificam tal afirmação, é preciso entender o conceito de estratégia e tática dentro da TOC (Theory of Constraints – Teoria das Restrições). Questionando o conceito de que estratégia é algo que paira nas estratosferas do Olimpo Corporativo e que tática é algo que se desdobra no nível operacional dos reles mortais, Goldratt redefine estratégia simplesmente como a resposta para a pergunta “para que?” (o resultado que se busca), enquanto tática é a resposta à pergunta “como?” (a ação que implementa a estratégia). Sob esta perspectiva, existe sempre um par “Estratégia & Tática” (E&T), em todos os níveis de desdobramento de um plano estratégico. Ou seja: qualquer que seja o nível de detalhe, não faz sentido declarar uma estratégia sem especificar a linha de ação tática que conduz à mesma. Isso faz a diferença entre uma estratégia viável e a declaração de uma simples intenção. E igualmente não faz sentido especificar uma tática sem que esteja claro qual resultado estratégico específico se deve esperar da mesma. Isso faz a diferença entre uma viagem guiada por GPS e um vôo cego. Tais conceitos deram origem à estrutura da AET, cujos passos ou “nós” contém um par E&T, desde o nível executivo mais alto até o nível operacional mais detalhado, conforme ilustra a figura. Além disso, ao construir a AET adota-se a seguinte regra áurea: todo passo que está abaixo e à esquerda é prioritário em relação ao que está acima e à direita. Isto significa que se uma mesma pessoa está envolvida em vários passos da árvore (o que é muito comum em qualquer empresa), ela deve dedicar total prioridade à execução do passo mais à esquerda. Ou seja, para que a implementação do passo em questão (e do plano como um todo) avance o mais rápido possível, todos recurso somente deve passar a dar atenção aos passos à direita quando já houver concluído suas tarefas no presente passo (ou quando lhe sobrar algum tempo livre entre tarefas). Essa simples “ética da corrida de bastão” estabelece e transmite com clareza a priorização e a disciplina necessárias para uma execução eficiente, além de eliminar pela raiz um dos maiores males na execução de planos: o “multitasking” equivocado (pesquisas indicam que o “multitasking”, sozinho, pode quadruplicar o tempo de execução de projetos!). Mas ainda existem outras virtudes importantes da AET, as quais cobriremos no próximo artigo, ao apresentar os detalhes dentro de cada passo. Não perca!

E você? O que pensa sobre este tema? Qualquer comentário será muito bem-vindo.
Até a próxima edição!
Eduardo C. Moura
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