Engenharia Robusta: Medindo a função básica

Posted By Eduardo Moura in Blog | 2 comments


Engenharia Robusta: Medindo a função básica


“Para melhorar a qualidade, não meça a qualidade” (Genichi Taguchi).

Eduardo-MouraEsta frase aparentemente contraditória do criador da Engenharia Robusta revela quase que um segredo da melhoria! O fato é que normalmente medimos os resultados finais dos processos ou dados de campo de produtos. É prática padrão medir porcentagem de defeitos, ppm, dpo, número de reclamações, taxa de falhas e outros do gênero (todos baseados em algum tipo de contagem de não-conformidades com requisitos ou tolerâncias). Tais dados servem para orientar ou priorizar o foco de ações corretivas (e, portanto, reativas). Mas quando se trata de ser realmente preventivo, medir o leite derramado é tarde demais. Por isso o Dr. Taguchi alerta para a necessidade de medir e otimizar a função básica dos produtos e processos. Medir a função técnica que o produto realiza para o cliente não depende de que ocorram falhas ou defeitos, e nem mesmo que sejam especificadas tolerâncias ou critérios de aceitação, pois sempre existirá um valor ideal de referência, mensurável através de alguma grandeza física de engenharia.

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De fato, tão logo tenha sido definida, a função básica já pode ser medida, desde as etapas mais tenras do desenvolvimento do produto, e preferivelmente ao desenvolver as tecnologias a serem usadas nos futuros produtos. Taguchi foi ainda mais além em seu pensamento, reconhecendo o fato de que, para realizar sua função básica, o que todo produto ou processo do planeta faz é transformar energia. Assim, medir a função básica é medir a transformação de energia que o sistema realiza para o cliente. Assim, se otimizarmos a eficiência na transformação de energia, simplesmente não deixaremos energia “à solta” no sistema, disponível para alimentar problemas. Deste modo, quase que por milagre, desaparecem os sintomas (falhas, deformações, desgastes etc) decorrentes da variabilidade na transformação de energia. Considere, por exemplo, um sistema de freio de automóveis. Em vez de medir falhas como trepidação, ruído audível ou desgaste prematuro (disponíveis somente após testar uma amostra significativa de itens de produção normal), é muito melhor medir a função básica do freio, que é “gerar torque de atrito”. Se reduzirmos a variabilidade do torque de atrito, todos aqueles sintomas (que são apenas diferentes formas de desperdiçar a energia disponível) tendem a desaparecer simultaneamente! Esta é a abordagem central da Engenharia Robusta. Para saber mais.

Até a próxima edição!

Eduardo Moura


T ag: Engenharia Robusta: Medindo a função básica

2 Comments

  1. Ótima artigo.
    Parabéns pela atualização do site.
    Por favor, observe um erro de digitação em: receba artigos valiosos em “sem” e-mail, onde deveria ser “seu”.
    Um abraço.

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    • Yuri, obrigado pelo seu comentário, e por nos alertar sobre o erro de digitação!

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