Os Dez Mandamentos da Excelência Empresarial

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Os Dez Mandamentos da Excelência Empresarial


Eduardo-MouraNa edição anterior publicamos os “Sete Pecados Capitais”. Nada mais justo do que agora considerarmos o antídoto para os tais pecados: os “Dez Mandamentos da Excelência Empresarial”, escritos no estilo bíblico cunhado por Moisés, servo do Altíssimo, ao longo de 40 anos de peregrinação no deserto, vivendo ele e seus capitães em rústicas tendas, pela rebeldia da multidão que os seguia:

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I. Não servirás a gurus estranhos
Guarda-te dos falsos mestres que se travestem de cordeiros, mas que por dentro são lobos devoradores, servindo a seu próprio ventre. Não lhes prestarás culto, nem os servirás. Não terás vergonha de tua origem latina, e nem cultivarás um espírito de auto-comiseração, mas aprenderás a apreciar o jogo de cintura de que és dotado.
Examina tudo; retém o que é bom.

II. Pensarás sistemicamente
Ouve, ó executivo, e aprende que tua empresa, muito mais que um mero aglomerado de tendas, é um sistema complexo. Pensarás, decidirás e agirás, sempre, desde o ponto de vista sistêmico. Não privilegiarás o funcionamento das partes em detrimento do desempenho do todo, mas ao contrário, haverás de subordinar as partes ao todo. Saiba que o mercado não terá por inocente se agires de maneira adversa à que hoje te exorto.

III. Liderarás de todo teu coração
Lembra-te de que eu te designei por cabeça deste povo, para que o lideres, e uses de toda tua sabedoria para encaminhá-los à vitória, hoje e sempre. Haverás de liderar e capacitar teu povo para a ação conscienciosa e eficaz de cada dia. Haverás de compreender, em teu coração, que são as ações, tuas e de teu povo, as quais sacareis de vossa copiosa análise baseada em fatos e dados advindos de teus processos, sim, haverás de compreender que são as ações que levam aos números, e não os números às ações.

IV. Gerenciarás, de fato e em verdade
Portanto renunciarás solenemente e por completo à abominável doutrina de que gerenciar é impor e cobrar metas numéricas de teus subalternos. Mas cuidarás para que teu sistema de indicadores de desempenho possua estas duas virtudes que hoje te ordeno: 1) que oriente a teu povo, em cada tenda, quanto ao que fazer para o bem coletivo, ainda que com prejuízo das eficiências locais; 2) que direcione teus capitães de dez, teus capitães de cem, e teus capitães de mil a agirem sobre o que é mais crítico para o desenvolvimento global do sistema, em cada momento de sua vida fugaz debaixo do sol.

V. Não padecerás de miopia executiva
Não prenderás teu coração ao canto da sereia dos resultados imediatos, mas diligentemente validarás o impacto futuro de vossos atos e te assegurarás de extirpar preventivamente do teu meio todas as potenciais ramificações negativas das ações que vieres a implementar, visando a obtenção de resultados consistentes, hoje e sempre. Guarda-te de que teu coração venha a corromper-se com tua glória passageira, olvidando-te de onde vieste e deixando de avaliar o futuro que sobre ti há de vir. Lembra-te de que hoje colhes o que ontem semeaste.

VI. Não confundirás
Cuida para que tuas palavras e atos sejam coerentes diante daqueles cujos olhos estão postos em ti continuamente. Não suscitarás práticas desconexas e atabalhoadas no meio de teu povo, mas de antemão assegurarás o direcionamento harmônico das mesmas. Não mudarás de programa a cada ano, tal qual o néscio que não se enfada de buscar futilidades debaixo do sol.

VII. Respeitarás teu povo
Não provocarás teu povo à ira, ao descaso, ou ao desconsolo, engajando-te em práticas que bem sabes serem fúteis e desprovidas de bom senso. Não ofenderás a massa cinzenta que paira entre os dois ouvidos da tua gente. Erradicaras o medo que hoje habita no coração de teu povo, conforme já te advertia meu servo Deming, desde os tempos da antiguidade.

VIII. Não desperdiçarás
Não usarás teus escassos recursos em vão. Não minarás as energias de teu povo. Não perderás tempo, dinheiro e competitividade dando ouvidos a fábulas, e falsas doutrinas, e preceitos ultrapassados, tais como “custo do produto”, “ganho de inventário”, “custo de mão de obra por peça”, “lote econômico” e conceitos similares a estes, todos baseados na abominável distribuição de custos fixos. Mas a cada dia identificarás as restrições que hoje limitam o desempenho de tua organização e sobre elas certamente hás de empenhar teus recursos, e teu precioso tempo, e teu sofrido coração. Guarda-te também de desperdiçares montanhas de dinheiro em intrincados e rígidos ERPs cujos cronogramas de implementação parecem prorrogar-se continuamente até a eternidade. Não te meterás em tais aventuras sem uma cuidadosa análise de seleção e sem o prévio trabalho de padronização integrada de teus processos, definindo claramente a metodologia de trabalho e o fluxo interdepartamental de materiais e informações, ao mesmo tempo que eliminas todo tipo de desperdício que não agrega valor. Lembra-te, sempre, que computadores são apenas ferramentas, e não métodos.

IX. Não burocratizarás
Guarda-te de que te deixes seduzir pela falsa impressão de eficácia trazida pelas práticas burocratizantes, pois tal qual ardentes víboras do deserto, elas sutilmente injetarão em tuas entranhas o veneno letal da paralisia organizacional. Não criarás elefantes brancos no meio de teu povo, quer seja em regime de confinamento ou à solta, nas pastagens de teu rebanho. Não implementarás a norma pela norma.

X. Não imitarás
Não imitarás as empresas de sucesso ao teu redor, mas antes investigarás os princípios que norteiam seu êxito. Abominarás por completo as práticas decorrentes de princípios incompatíveis com teus valores fundamentais, por mais atrativas que sejam a teus olhos. Se um dia chegares à conclusão de que teus valores necessitam de mudança, de todo os revisarás e os realinharás, e diligentemente os inculcarás a teu povo, ao deitar-se e ao levantar-se, para que te vá bem.

Até a próxima edição!
Eduardo Moura


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