Pare de dar TIROs! – Técnica Intuitiva de Remoção de Obstáculos

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Pare de dar TIROs! – Técnica Intuitiva de Remoção de Obstáculos



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Estamos numa época de transição. A nova realidade clama por mudanças. Para se manterem competitivas, as empresas necessitam introduzir no mercado, em tempos cada vez menores, produtos cada vez mais complexos, com menos margem para erros e ainda por cima com um quadro de pessoal extremamente enxuto. A necessidade de aumentar a eficácia das ações gerenciais e técnicas nunca foi tão premente. É claro que existem algumas empresas modelo, ilhas da excelência empresarial, mas eu me refiro ao vasto continente das outras empresas. Desconsiderando aquelas que simplesmente vão morrendo feito sapo cozido sem sequer saber por que, o cenário típico das tentativas de melhoria organizacional mostra uma verdadeira colcha de retalhos de programas e iniciativas mais ou menos espasmódicas, trazendo em seu conjunto todo um leque de ferramentas, as quais porém carecem de um ingrediente básico: integração.

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Se queremos uma empresa que de fato desempenhe bem como um sistema de negócio, devemos focar no que é vital para seu sucesso. E há três atividades verdadeiramente essenciais para que qualquer tipo de  empresa atinja consistentemente suas metas mais amplas: o planejamento gerencial, o desenvolvimento de produtos e serviços e a melhoria contínua de processos. A realidade típica das empresas mostra sérios problemas relacionados àquelas três atividades vitais, os quais têm como resultado final a perda de competitividade:

  • Planos estratégicos que não decolam, ou melhor, não aterrizam na rotina operacional da empresa.
  • Produtos aparentemente inovadores mas que encontram uma fria recepção por parte dos clientes, ou que chegam tarde demais no mercado e acabam não aquecendo as vendas, as quais são capturadas pela concorrência.
  • Problemas conhecidos que se perenizam na produção e no campo.
  • Problemas inéditos que vão surgindo com a introdução de novas tecnologias nos produtos e processos.

E qual é o “método” que a imensa maioria dos executivos, gerentes, engenheiros e demais profissionais vêm usando durante décadas para tentar responder a tais problemas? Se abstrairmos as particularidades de cada caso, constatamos que a “receita básica” é:

  • uma pitada de dados sobre a situação atual
  • várias colheres de sopa de intuição a granel
  • um pouco de “brainstorming” (apenas o suficiente para aplacar a consciência quanto à necessidade de usar alguma ferramenta)
  • muita fé na experiência passada
  • misture tudo e decida rapidamente sobre o que fazer
  • faça rápido e parta para o próximo problema (curiosamente, sempre existe um na fila…)
  • Nota: sempre que aplicável, use um computador para agilizar o processo.

Por falta de siglas no mundo corporativo, chamemos tal abordagem de TIRO: a “ Técnica Intuitiva para Remoção de Obstáculos ”. O método TIRO possui alguns atributos bastante atrativos: é simples, rápido e natural, podendo ser usado tanto por indivíduos quanto por equipes de trabalho, desde o alto escalão até a base operacional. Além disso, as carreiras das pessoas mais poderosas e influentes em muitas organizações foram construídas à base de TIRO. Tudo isto torna este método bastante popular e largamente utilizado nas empresas. É provável que o próprio leitor participe de sessões de TIRO rotineiramente. A cada dia, em cada empresa, incontáveis “TIROs” são disparados individualmente e em equipe, inclusive no desenrolar das três atividades vitais. Com base nas observações de mais de duas décadas de experiência em empresas, posso afirmar sem chance de erro:

“TIRO é a prática padrão naturalmente aceita e amplamente utilizada para decisões de planejamento, desenvolvimento de produtos e melhoria de processos na maioria das empresas, ainda hoje”

Aí está uma constatação simples. Mas é justamente a partir de tal fato singelo e aparentemente inocente que se originam muitos dos grandes problemas nas empresas. É possível demonstrar com rigor lógico que a prática generalizada do TIRO é a causa raiz de todos os problemas indesejáveis listados anteriormente! (o que não faço aqui por falta de espaço; mas quem quiser mais detalhes sobre isto, basta pedir-me). Some-se a isto o fato de que, em geral, a alta direção das empresas não está ciente das limitações do TIRO e desconhece as qualidades únicas de métodos analíticos eficazes que podem substituí-lo, e teremos um efeito dominó que culmina com uma verdadeira tragédia empresarial. Normalmente não estamos conscientes disto porque, na correria do dia-a-dia, é muito difícil associar as inúmeras e pequenas decisões tomadas à base de TIRO aos efeitos finais que a soma das mesmas acaba produzindo um bom tempo depois. Para sair do enrosco, uma possível linha de ação seria:

  • Mostrar às pessoas com poder de mudar o status quo, o quão perniciosa é a prática do TIRO.
  • Adotar uma coleção integrada de conceitos, métodos e ferramentas analíticas alternativas, de comprovada eficácia. Neste ponto, não é necessário reinventar a roda: basta integrar harmoniosamente as contribuições da Teoria das Restrições, Sistema Lean de Produção, Seis Sigma e Gestão por Processos (o que tenho chamado de Excelência 360°).
  • Tomar ações concretas para erradicar o uso do TIRO nas três atividades vitais do negócio, substituindo-o pelos métodos analíticos alternativos.

Até a próxima semana!
Eduardo Moura


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