“Sorte”

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“Sorte”


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Num dos últimos livros de Goldratt (“The Choice”), li a seguinte frase do filósofo Seneca: “Sorte é quando a preparação se encontra com a oportunidade”. Interessante… Isso significa que alguém não poderá aproveitar uma oportunidade (isto é, ter “sorte”) se não estiver “pré-parado” (isto é, aprontar-se com antecedência). Existem  dois tipos de erros que as pessoas (e por consequência as organizações) podem cometer com respeito a isso.

O primeiro é não se preparar para poder identificar e aproveitar as inúmeras oportunidades que estão por aí, à espera de serem encontradas. A consequência desse primeiro erro é ficar esperando que a sorte seja entregue de bandeja, e como isso é extremamente raro, desenvolve-se a percepção de que a realidade é cruel e injusta. E,  para não ter que reconhecer o duro fato de ser incompetente, desenvolvem-se mecanismos de auto-proteção, como por exemplo, colocar a culpa em terceiros (cônjuge, família, governo, concorrentes etc. – e sobram acusações até mesmo para Deus!). No âmbito pessoal, o trágico resultado desse primeiro erro é viver toda uma vida de forma absolutamente vegetativa e irrelevante e, ao chegar no final dela, olhar para trás e amargamente constatar que passamos por este planeta sem deixar nenhuma marca. Já no âmbito empresarial, o resultado é uma organização que vive à mercê dos ventos e ondas do mercado, e como o oceano dos negócios é cada vez mais turbulento, corre-se um risco cada vez maior de naufragar sem deixar vestígios.

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O segundo tipo de erro é preparar-se de maneira equivocada, com base em falsas premissas, informação incorreta, modelos obsoletos ou métodos ineficazes (e tais coisas existem de montão, várias delas discutidas em artigos anteriores). Para ilustrar o ponto: alguém deseja fixar um parafuso (a oportunidade) e escolhe para isso um martelo (a preparação equivocada).

Mas como podemos então, tanto no âmbito pessoal quanto empresarial, estar preparados para identificar e explorar as oportunidades? Naquele mesmo livro, Goldratt dá a receita: a melhor forma de preparação é pensar claramente em termos de causa e efeito. Já nascemos com esse dom, mas infelizmente em vez de desenvolvê-lo, deixamos que o mesmo se atrofie devido a diversos fatores, começando com o atual sistema de ensino. Basta contrastar um típico garotinho (com sua insistente pergunta “por que?”) com um idoso acomodado às circunstâncias da vida.

Bem, a boa notícia aqui é que o método que permite desenvolver nossa habilidade para pensar claramente em termos de causa e efeito já está disponível: trata-se do “Thinking Process” (TP), o processo de raciocínio lógico da Teoria das Restrições. Com ele, podemos desvendar qualquer situação complexa e identificar os poucos fatores que a governam. E outra boa notícia é que, no livro mencionado acima, Goldratt expõe os princípios que orientam a aplicação eficaz do TP, tanto para a vida pessoal quanto profissional. Aprender e aplicar este poderoso método pode provocar grandes transformações em nossa compreensão da realidade, com todos os benefícios que podem resultar disso. Se você ainda não conhece o TP, recomendo fortemente buscar fazê-lo, o mais rápido possível!

E você? O que pensa sobre este tema? Qualquer comentário será muito bem-vindo.

Até a próxima edição!

Eduardo C. Moura

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